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Uma história de amor que termina com muita dor.
O forte investimento amoroso da cantora, que teve resultado, cujo retorno foi a sua destruição como pessoa (“Tudo o que tu alguma vez fizeste foi partir-me”)
Narrativa acontece num único espaço e apenas com a cantora nua, em cima de uma bola gigante, que destrói o cenário e um maço que ela acaricia com sensualidade.
A música é uma balada pop trabalhada brilhantemente, mantendo relação estreita com a imagem e com a letra ao longo de todo o videoclipe.
Por exemplo: a estrofe inicial começa com acompanhamento lento e suave que vai crescendo culminando num fortíssimo no refrão. No refrão, a cantora bate em tudo ao seu redor e as paredes vão caindo ao ritmo da música.
A letra fala de um amor intenso, mas que acabou: “agarrámos, acorrentámos os nossos corações em vão / Nós saltámos, sem nunca perguntar porquê / Nós beijámo-nos, enfeitiçaste-me / Um amor que ninguém poderia negar”
O tipo de relação amorosa em que um domina e o outro é dominado.
Num momento a cantora apresenta uma expressão de vazio.
Início do refrão – entrada repentina da bateria – elemento “demolidor”.
“Eu entrei como uma bola de demolição / Nunca bati com tanta força no amor / Eu só queria partir as tuas paredes / Tudo o que tu alguma vez fizeste foi partir-me”.
Amor violento, mas apesar de magoada, a mulher continua a desejar e a amar a pessoa que a magoou.
Destruição do muro em cinzento – denota sentimento negativo, de morte. Laivos de cor vermelha e branca conotam que a vida é sinónimo de destruição.
A cantora aparece vestida com lingerie, usando umas botas militares, com expressões vocais duras, manipulando objetos contundentes e usando palavras conotadas com violência (arranhámos, acorrentámos, demolição, etc.)
Chegado o momento musical do refrão, a cantora bate em tudo ao seu redor e as paredes vão caindo ao ritmo da música.
Nas partes mais suaves – a cantora chora contra um fundo branco numa imagem/mensagem simples: amor, abandono e tristeza, depois da raiva.
Depois de um refrão, em fortíssimo, com bateria e guitarra elétrica com distorção, acentuando a mensagem de “bola demolidora”, segue-se a bridge, em dinâmica contrastante de piano, “amainando a tormenta”, agora com cordas, piano e baixo.
Eu pus-te alto no céu / E agora não desces / Mudou lentamente, deixaste-me arder / E agora somos cinzas no chão
Nunca digas que eu simplesmente virei as costas / Eu vou sempre querer-te / Não posso viver uma mentira, ao longo da minha vida / Eu vou sempre querer-te
A destruição faz ricochete: a mulher é atingida (imagem da cantora sem forças, no chão).
A agressividade é intensa e expressa pela conjugação da cor cinzenta e o uso de instrumentos contundentes, sem elementos vivos ou naturais para além da cantora, o que cria desassossego e gera ruído, alterando o sentido da letra.
No refrão, a voz entra em fortíssimo com a letra: “entrei como uma bola de demolição”. A seguir, numa interpretação vocal “sincera e evocativa”: “Eu nunca quis começar uma guerra”
O amor só é possível quando alguém se submete ao outro e anula-se enquanto ser autónomo (“ Parece que te devia ter deixado ganhar”).
Complexos de culpa pelo fim da relação.
Nunca tive a intenção de começar uma guerra / Só queria que me deixasses entrar / Ao invés de usar violência / Parece que te devia ter deixado entrar / Nunca tive a intenção de começar uma guerra / Só queria que me deixasses entrar / Parece que te devia ter deixado ganhar